Efemérides: 8 de Junho

Monumento comemorativo de Gil Vicente e da fundação do Teatro Português (erigido pela Sociedade Martins Sarmento em 2002)

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

0957 — D. Ramiro, rei de Leão, dá o Mosteiro de S. João de Ponte a sua tia D. Mumadona para o Mosteiro de Guimarães fundado por ela.

1280 — Carta de El-rei D. Dinis, passada em Braga, confirmando a protecção régia dada ao Convento da Costa.

1672 — A Câmara ordenou, visto na praça não haver picadores que possam dar os cavalinhos para as suas festas: que os alquiladores que alugarem bestas os dêem por giro a começar pelo mais velho, sob pena de 6$000 reis, e assim tocará a cada um de 10 em 10 anos.

1841 — Morreu o António Joaquim, boticário que foi e morava ao pé de S. Pedro. Foi depositado e sepultado no dia seguinte na capela dos terceiros Franciscanos. Foi perseguido por opiniões políticas n tempo de D. Miguel. PL.

1863 — À noite, no palacete do Toural, o célebre pianista Oscar de la Cinna deu um concerto.

1891 — A Câmara, em sessão plenária delibera felicitar o nosso amado deputado Franco Castelo Branco pela sua nomeação de Ministro das Obras Públicas.

1896 — Devido ao temporal apareceu, na manhã deste dia, desabado o pano do lado sul do 1º hotel que se andava construindo na Penha.

1902 — Domingo. - (Terceiro dia de) celebração do 4.º centenário da fundação do teatro português pelo nosso patrício Gil Vicente. Ao romper da alvorada uma girândola de foguetes e três filarmónicas percorreram as ruas da cidade tocando o hino da Sociedade Martins Sarmento, iniciadora das festas e a quem elas mais deveram. À meia hora da tarde, conforme a resolução da vereação de 4 do corrente, houve, nos paços do concelho, sessão solene que a Câmara ofereceu à Sociedade Martins Sarmento; falou o abade de Tagilde, presidente desta Sociedade, rematando por oferecer, ao arquivo da Câmara, um exemplar do número especial da Revista de Guimarães, encadernado em pergaminho, o qual foi, pelo dr. Avelino Germano da Costa Freitas, depositado nas mãos do presidente que logo discursou, seguindo-se o general reformado João Augusto d' Éça de Chaby, adoptivo de Guimarães, e foi assinado um auto para se guardar no arquivo da Câmara. Saiu então o bando com que a Câmara dava parte das festas e pedia que iluminassem (as casas e ruas), ia uma filarmónica e atrás os empregados da Câmara com capas de seda preta abandadas de branco e chapéus de três bicos orlados de arminho. À noite a iluminação na Rua de Gil Vicente, Toural e S. Francisco era profusa e vistosa; a banda do nº 20 de infantaria tocou no jardim do Toural e outras em Gil Vicente e S. Francisco. No teatro de D. Afonso Henriques, à noite abriu o sarau o dr. Gaspar de Abreu Lima, vice-presidente da Sociedade Martins Sarmento; tomaram parte D. Alexandrina Castagnoli e o violinista Henrique Carneiro. Depois da meia-noite o dr. Gaspar de Queirós Ribeiro, principiou a conferência sobre a obra de Gil Vicente, teve estrondosa ovação e do teatro para o hotel, onde estava hospedado, foi acompanhado por muitos cavalheiros dando-lhe vivas. - Vide vol. XIX da Revista de Guimarães, fl. 182 e seguintes.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.