Nota informativa | "Requiem" por um sobreiro centenário da Citânia de Briteiros
Guimarães, 31 de maio de 2023
A Direção da Sociedade Martins Sarmento
Nos dias 20 e 28 de maio, e no âmbito do projeto SEM Invasoras, financiado pelo Fundo Ambiental, terão lugar duas atividades que visam o controlo de espécies invasoras, em Sande São Lourenço e em São Torcato, respetivamente.
Com um papel crucial na prevenção e mitigação das invasões biológicas, muitos cidadãos desconhecem, no entanto, esta problemática. Estas ações têm como objetivo aumentar o conhecimento e a consciencialização sobre as espécies invasoras e incentivar a participação ativa dos cidadãos.
Organizadas pelo Laboratório da Paisagem, as duas ações fazem parte da programação da Semana sobre Espécies Invasoras em Portugal & Espanha (SEI 2023).
A atividade em Sande São Lourenço, será em Castro de Sabroso, sítio arqueológico de tipo castrejo, que ao longo dos anos, tem tido vários problemas no controlo de mimosas, um facto que merece especial atenção por se tratar de um local com um património histórico e arqueológico bem patente. Esta atividade conta com o apoio da Sociedade Martins Sarmento, reconhecida pela sua contribuição para o estudo, conservação e supervisão técnica do património histórico e cultural do concelho.
É uma oportunidade para os participantes aprenderem sobre as espécies invasoras, compreenderem os impactes que têm no ecossistema local e contribuírem ativamente para o seu controlo.
As inscrições em ambas são gratuitas, mas obrigatórias.
Mais informações disponíveis aqui.
A Sociedade Martins Sarmento vai lançar a 4ª Edição do concurso/exposição de fotografia "GUIMARÃES: EXPEDIÇÃO FOTOGRÁFICA" | Prémio Martins Sarmento, uma iniciativa em colaboração com o Cineclube de Guimarães – Secção de Fotografia, contando com os apoios do Centro Português de Fotografia, Fotografia Portugal, Raiz Carisma, RUM - Rádio Universitária do Minho, Olhares - fotografia online e Dreambooks.
Esta iniciativa pretende estimular novas visões e revelações sobre Guimarães, cidade e concelho, sob variadas perspetivas, sem quaisquer limitações quanto ao objeto, e permitir a recolha e divulgação de um amplo e atualizado espólio fotográfico. Será uma vez mais uma oportunidade de homenagear Francisco Martins Sarmento (1833-1899) como pioneiro da fotografia.
Destina-se a fotógrafos amadores e profissionais de todas as nacionalidades, com mais de 16 anos, a título individual.
Inscrição gratuita
Candidaturas até 31 de outubro de 2023
O dossier de candidatura deve ser enviado
por correio eletrónico (via WeTransfer ou similares, caso se justifique),
correio normal registado até 31 de
outubro de 2023 (23h59 por email ou data carimbo do correio) ou
presencialmente, para a seguinte morada:
Sociedade
Martins Sarmento
4º
Edição “Guimarães – Expedição fotográfica”
Rua
Paio Galvão
4814 – 509 Guimarães – Portugal
[Horário: terça a domingo 10h00 - 12h30 | 14h30 - 17h30]
Ou para o
seguinte correio eletrónico:
guimaraes.expedicao.fotografica@msarmento.org com o assunto Candidatura ao concurso 4º Edição “Guimarães – Expedição fotográfica”.
PRÉMIOS
1º Prémio: Troféu + 1.000,00€ + conjunto de
publicações + 1 Álbum Impresso
2º Prémio: Troféu + 500,00€ + conjunto de
publicações + 1 Álbum Impresso
3º Prémio: Troféu + 250,00€ + conjunto de
publicações + 1 Álbum Impresso
Menção Honrosa: De todos
os candidatos participantes, a Secção de Fotografia do Cineclube de Guimarães
seleciona um trabalho ao qual será atribuído um prémio especial + 1 Álbum
Impresso
Cada participante terá direito para além do
diploma de participação, a um voucher de 30% de desconto em todo site Dreambooks
exceto packs de fotos e ecotelas económicas. Oferta válida para uma encomenda,
não acumulável com outras campanhas/vouchers em vigor.
O Regulamento do Concurso e outras Informações podem ser consultados em www.msarmento.org, http://pedraformosa.blogspot.pt, https://www.facebook.com/sociedade.martinssarmento ou ainda, diretamente, nos serviços da Sociedade Martins Sarmento.
Faça aqui
o download direto dos documentos (formato PDF)
autorização parental (para menores)
Preocupações
(de uma semeadora)
a pensar
no tempo por vir
Desde os anos 80 e 90, em exposições recentes como "Matriz" (Galeria Serpente, 2019), "Seed" (Galeria Arte Periférica, 2020) ou "Seedland" (Laboratório do Museu de História Natural, 2021), que Isabel Garcia aprofunda coerentemente linhas de pesquisa que exploram diversas linguagens e ideias interligadas que interrogam os princípios geradores da vida, senão mesmo o habitar do mundo contemporâneo nas suas várias dimensões sociais e políticas. Estas linhas de investigação que descrevi não são separáveis dos materiais e médiuns artísticos, pois a artista vem alargando, cada vez mais os seus interesses a outros campos como o vídeo, a fotografia ou os livros de artista.
Uma das principais
preocupações da sua pesquisa é a ideia de "matriz", mobilizadora do
seu processo e prática artística, princípio esse que associa às tensões da vida
do mundo humano, animal e vegetal, explorando-as através de oposições ou
complementaridades entre conteúdo e forma, o dentro e o fora, o natural e o
artificial, o orgânico e o inorgânico. Com efeito, os seus pequenos
objectos-esculturas em bronze, polidos, patinados ou pintados de intenso
pigmento azul ultramarino, depois de cortados e separados em partes, ou em
fatias (como os pães), vêm a servir de diálogo entre médiuns cujas formas
obtidas, desdobrando-se ou multiplicando-se, se configuram em novas sementes de
desenhos-frottages. Em grafite ou carvão e mesmo em
aguarelas, eles evocam e representam sementes, raízes, ambientes líquidos,
abrigos ou habitações.
Porém, o que interessa
assinalar nestes trabalhos actuais de colunas de água, tornados e tufões que
arrastam sementes com matrizes "caídas do céu" espalhadas pelo chão,
são como já acima referi, os seus significados impregnados por preocupações
existenciais contemporâneas. Neste sentido, a artista volta de novo à
referência das «green houses" que já imaginara na Bienal de Escultura e
Desenho das Caldas da Rainha (1993).
A "green house"
encenada no espaço da galeria é uma estrutura que permite repensar a protecção
de seres vivos como sementes e plantas. Interessante é lembrar, por isso mesmo,
a história do seu uso na Europa desde o século XVII e da sua evolução. Elas
deram origem à arte e à ciência da jardinagem a qual, enquanto prática, aponta
para uma adaptação às condições locais de modo a ajudar, entre outras coisas, à
multiplicação de sementes e de plantas.
É com base
nestas ideias que me parece que Isabel Garcia privilegia um tempo por vir ou a
ideia de invenção de uma outra realidade, talvez utópica, mas indicando o
futuro no contemporâneo. Isto é, ao evocar o caos primordial - o dos desastres
naturais que hoje nos assolam-, a artista parece dizer-nos que eles só podem
ser vencidos se criarmos arquivos de sementes, a salvo de violências e
destruições. São essas "green houses" que urge potenciar. Em suma,
locais onde poderemos guardar patrimónios vivos criadores de vida.
FILOMENA SERRA, 29 DE MARÇO
DE 2022
ISABEL GARCIA
Isabel Garcia nasceu na Figueira da Foz, licenciou-se em Pintura
na ESBAL, vive e trabalha em Lisboa e Alcobaça.
Em 1985 foi subsidiada pela F. C. Gulbenkian para investigar a interligação
de diversos materiais como o ferro, vidro e aço polido.
Começou por se dedicar à interpretação dos fenómenos
atmosféricos e telúricos de um ponto de vista poético-mitológico, recorrendo a
duas linguagens de expressão.
Por um lado, através da escultura, onde explora o reflexo e
multiplicação de imagens através da utilização do aço polido em chapa ou em
tubo, em associação com o espelho. Esta tem sido uma das vertentes do seu
trabalho desde os finais dos anos 80, na recriação de um universo onde o macrocosmo e o
microcosmo se interpenetram.
Por outro lado, através do desenho sobre superfícies translúcidas a
que chamou skins, e que surgem em 2004, associadas a frottage sobre
papel de arroz, que decalca repetidamente de uma matriz. A
matriz resultante do corte feito sobre esculturas em bronze, tem sido um dos
instrumentos de registo sobre papel, resultando numa série de exposições de
que fazem parte "Matriz", "Seedland" e "Greenhouse/Semear".
A instalação e o vídeo, têm feito parte das suas intervenções em
espaços institucionais, como "Mesas Postas" na
cozinha do Mosteiro de Alcobaça, "Rosa Rosae" no Claustro do Museu
Alberto Sampaio em Guimarães, "Love Affair" no Convento dos Capuchos,
promovida pela Casa da Cerca de Almada, "Tormenta" na Ala Sul do Mosteiro de Alcobaça e
"Seedland" no Museu Nacional de História Natural e da Ciência.
Expõe regularmente desde 1981 em Galerias de Arte e Espaços
Institucionais.
Participou e inúmeras exposições colectivas em Portugal e no
estrangeiro.