31 dezembro, 2021
30 dezembro, 2021
Nota Informativa | Pinheiro-Manso da Citânia de Briteiros classificado de Interesse Público
O monumental pinheiro-manso (Pinus pinea L.), situado na acrópole da Citânia de Briteiros, foi recentemente classificado como árvore de interesse público, pelo Despacho n.º 12490/2021 do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 246, de 22 de dezembro de 2021. Esta classificação, requerida pelo Município de Guimarães, em 2018, fundamentou-se na longevidade da árvore, superior a 120 anos, no seu porte exuberante e copa ampla com singular valor paisagístico, permitindo identificar a longa distância o Monte de São Romão, onde se encontra o mais emblemático conjunto arqueológico castrejo do norte peninsular.
A classificação do pinheiro-manso foi antecedida por uma avaliação fitossanitária e do risco de fratura, efetuada por uma equipa da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em janeiro de 2020. Para atenuar o declínio natural da árvore, foram desaconselhadas quaisquer podas, tendo sido retiradas apenas duas pernadas inferiores, que se encontravam secas e em risco de colapso, com a colaboração da Vitrus Ambiente. O risco de eventual queda de ramos foi sinalizado com placas informativas, colocadas no perímetro da copa.
O pinheiro-manso é uma conífera de folhagem perene, com uma silhueta inconfundível, que ocorre em redor da Bacia Mediterrânica, desde a Síria até Portugal. É particularmente abundante no sudoeste da Europa, onde a sua distribuição foi alargada pelo cultivo, devido às suas sementes comestíveis, os conhecidos pinhões, utilizados na alimentação humana desde tempos remotos. Em Portugal, o pinheiro-manso ocorre sobretudo no sul do país, embora seja frequente no norte e centro, em bosquetes ou exemplares isolados. Em Guimarães, além do pinheiro-manso da Citânia de Briteiros, encontram-se classificados de interesse público mais dois exemplares, um situado na rotunda de Silvares, classificado em 2011, outro situado em Megide, Moreira de Cónegos, recentemente classificado.
A Direcção da Sociedade Martins Sarmento
27 dezembro, 2021
“O Concelho de Guimarães. Estudo de demografia e nosografia”, de João de Meira
24 dezembro, 2021
22 dezembro, 2021
16 dezembro, 2021
"Quando a minh'alma fala, a sua voz é um grito - A Coleção de Cristos nas Casas de José Régio" | 18 de Dezembro, 16h00, na SMS
15 dezembro, 2021
Prémio de História Alberto Sampaio (2022)
13 dezembro, 2021
Falecimento do musicólogo Dr. José Maria Pedrosa Cardoso
09 dezembro, 2021
Adaptação de Brinquedos para crianças com paralisia cerebral | 09 de Dezembro, na SMS
07 dezembro, 2021
Apresentação das obras História da Vida Moderna e Histórias Complementares da Vida Moderna de Diogo Leite de Castro.
Descoberta gravura de arma na Casa do Conselho da Citânia de Briteiros
Após a identificação da gravura, foi efetuado, no mês passado, um decalque da superfície gravada, registando assim o motivo decorativo e permitindo uma leitura mais clara.
A arma representada é uma falcata ibérica, amplamente utilizada em diferentes regiões da Península, entre os séculos V e I antes de Cristo. A folha da falcata foi representada através de uma linha contínua. A parte correspondente à empunhadura foi gravada em relevo, embora de forma imperfeita. A gravura tem cerca de 40cm, podendo-se considerar dentro do que seriam as dimensões reais de uma falcata.
As espadas produzidas, em 2013, pela oficina de Gaspar Carreira, para utilização no evento "Citânia Viva", organizado pela Casa do Povo de Briteiros, foram inspiradas diretamente no modelo da falcata ibérica.
A dispersão destes achados, que não ocorrem no norte da atual Galiza, onde abundam os também característicos "punhais de antenas", parece confirmar a origem oriental da falcata, chegando à Península através do Mediterrâneo, estendendo-se para norte o seu fabrico e utilização.
Não são também comuns, na arte rupestre da Idade do Ferro, representações de armas, como acontece em conjuntos gravados em períodos mais antigos.
A descoberta deste elemento inédito revela, mais uma vez, como a Citânia de Briteiros continua a propiciar conhecimento histórico relevante. A gravura agora identificada foi já registada, estudando-se a melhor forma de proteção da superfície gravada.
Moeda romana recolhida na Citânia de Briteiros, com uma falcata ibérica visível do lado direito (fotografia de Martins Sarmento).
Com especial agradecimento a José Maria Gomes, Carmo Luís, Artur Marquez e Miguel Ventura, pelo apoio logístico.
Para saber mais.
Sobre a utilização dos punhais afalcatados no Noroeste da Península:
Alfredo González-Ruibal. "Galaicos. Poder y Comunidad en el Noroeste de la Península Ibérica (1200 a.C. – 50 d.C.)", Revista Brigantium, 18-19, 2006-07 (volume II, páginas 433 a 441).
Sobre a cronologia e origens da falcata:
Leandro Tristão. Armas e Ritos na II Idade do Ferro do Ocidente Peninsular. Dissertação de Mestrado em Arqueologia, FCSH Universidade Nova de Lisboa, 2012.
Sobre a "casa do conselho" do Castro do Vieito:
06 dezembro, 2021
Convite | Lançamento do livro "Aviso ao povo para não morrer de bexigas"
Feira do Livro da Sociedade Martins Sarmento | 26 de Novembro a 9 de Janeiro
A Sociedade Martins Sarmento promove, até ao próximo dia 09 de Janeiro de 2022, a sua Feira do Livro.
Nesta edição, poderá encontrar diversos artigos para as suas prendas de Natal, nomeadamente livros e outros produtos culturais com preços muito acessíveis. Além das edições próprias da SMS, esta Feira conta com a representação de diversos livreiros e também de uma livraria online.
Poderá consultar o catálogo de publicações nesta ligação.
Através do email loja@msarmento.org poderá, sem se deslocar à SMS, solicitar mais informações, pedido de publicações ou fazer as suas encomendas.
A Feira do Livro funciona de segunda a domingo das 10h00 às 12h30 e das 14h30 às 17h30.
03 dezembro, 2021
Continuámos por cá... | Teatro Jordão (1938-...)
Dia
vinte de Novembro.
De
trinta e oito, é o ano.
Em
todas as ruas se ouve: –
Sempre
abriu, não há engano.
Numa
expressão d’alegria
Nas
ruas se ouve também: –
Guimarães
pode orgulhar-se
Do
filho adotivo que tem.
Guimarães,
hoje, em Festa,
Veste
a roupa domingueira
P’ra
cumprimentar o Jordão
E
ver a peça primeira.
Até
mesmo as andorinhas
Se
juntam com alegria.
E
no seu canto se ouve:
Aleluia!
Aleluia!
“Ó
Guimarães, teu progresso!”
Ó
Guimarães esquecida!
Ó
Guimarães teu Teatro,
Ó
Guimarães, tua vida.
Guimarães
tem um Teatro,
Guimarães
tem um Jordão.
Guimarães
o abençoe,
Guimarães
de coração.
Desculpe
esta franqueza
Saída
do coração.
Sentimento
bem altivo:
Aceite-o,
pois, Snr. Jordão.
Guimarães,
20 Novembro 1938
J.
Gomes
No
final da década de trinta do século XX, a cidade de Guimarães fora surpreendida
por uma notícia que traria grande contentamento à sociedade vimaranense, a
construção de um Teatro. O responsável por tal empreendimento era Bernardino
Jordão (1868-1940), empresário nascido em Fafe e a viver em Guimarães, cuja
actividade se ligava ao meio comercial e industrial, sendo o fornecimento de
energia eléctrica uma das importantes vertentes da sua acção.
A
construção da casa de espectáculos do Jordão, projectada pelo arquitecto e
engenheiro civil Júlio José de Brito, principiou em Fevereiro de 1937 e a
inauguração, vivida com grande regozijo pelos vimaranenses, ocorreu no dia 20
de Novembro de 1938.
No
programa da inauguração da nova Casa de Teatro de Guimarães, cuja sala de
espectáculos foi perfumada pela Sociedade de Perfumaria Nally, LDA., com o
perfume “Noite de Prata”, foi apresentada uma pequena resenha ilustrativa do
edifício e que é a seguinte:
Gastaram-se
entre outros materiais 979 camiões de areia, cascalho e saibro; 684 camiões de
perpianho e alvenaria; 62 vagões de cimento, cal, gesso e marmorite; 13 vagões
com 127000 quilos de ferro; 31000 ou sejam perto de 30 vagões de tijolos
"SIMCO" gastos para os pavimentos. Só os pinheiros utilizados na obra
somam um comprimento que chega para fazer uma via dupla desde a Praça do Toural
até à Penha. As tábuas e escoras gastas nas cofragens e soalhos chegariam para
fazer um tapamento a toda a volta da Praça do Toural com uma altura de 20
metros. Se carregássemos um comboio com todo o material gasto nesta obra,
teríamos uma composição de 835 vagões excluindo a máquina e o tender ou seja um
comprimento total de 9,2 quilóm., isto é, uma distância igual à que vai da
estação de Guimarães até Vizela. Com as 926 lâmpadas num total de 46000 watts aplicadas
na iluminação, e distanciadas de 10 m. podíamos iluminar toda esta linha.
Embora,
existissem, em Guimarães, alguns locais dedicados à arte da representação,
havia o desejo da cidade ter uma Casa de Teatro com condições dignas, moderna.
O desejo cumpriu-se e a Casa de Teatro, que até 1940 se designou Teatro Martins
Sarmento, foi criado na Avenida António Reis, actual Avenida D. Afonso
Henriques, tendo sido palco para variadíssimas figuras da representação e da
música, nacionais e internacionais, entre as quais Amélia Rey Colaço, João
Villaret, Beatriz Costa, António Silva, Vasco Santana, Amália Rodrigues, Lolita
González, José Romero, Guilhermina Suggia, Pedro de Freitas Branco e a
Grande Orquestra Nacional, Orquestra do Norte, Companhia Nacional de Bailado e
Ballet Gulbenkian, entre muitos outros.
Para
além das artes de representação em palco, foi sala de cinema e acolheu várias
iniciativas de cariz diverso - de instituições/ colectividades vimaranenses,
comícios de natureza política, celebrações do número das festas dos estudantes
de Guimarães, as Danças Nicolinas, sessões de beneficência, entre outras.
Na sua
sala de espectáculos, o Teatro Jordão proporcionou, também, por vários anos,
sessões de cinema que oferecia aos alunos premiados na Festa Escolar do 9 de
Março, organizada pela Sociedade Martins Sarmento, instituição de quem era
associado o fundador do Teatro, Bernardino Jordão.
Mais
de meio século após a abertura e depois de feitas várias diligências para
garantir a sua actividade, o Teatro Jordão encerrou, estando para breve a
inauguração da obra de reconversão da antiga Sala de Espectáculos de Guimarães,
que acolherá novas utilizações ligadas às artes – musicais e performativas –,
as actividades lectivas do Conservatório de Guimarães e as do Curso de Artes
Performativas e Visuais da Universidade do Minho.
Uma parte muito significativa da história do Teatro Jordão, cuja memória atravessa várias gerações de vimaranenses e das suas instituições, encontra-se preservada no Fundo Teatro Jordão, na Sociedade Martins Sarmento, constituído por documentação e vários objectos, parte dos quais integram a exposição Teatro Jordão (1938-…).