Boletim da Sociedade Martins Sarmento
Já se encontra em circulação a última edição do Boletim da Sociedade Martins Sarmento, cujo editorial se reproduz aqui:
Ganhar balanço
No final do século XIX, Guimarães passou por um profundo processo de transformação económica, social e cultural, iniciado nos primeiros anos da década de 1880. O momento de viragem aconteceu no ano de 1884. A partir daí, Guimarães nunca mais voltou a ser a mesma. Iniciava-se um ciclo cujo principal esteio económico foi a industrialização, em especial no sector têxtil. Nos tempos que vão correndo, ninguém ignora que esse ciclo já se encerrou. Hoje, Guimarães estende-se por um território economicamente deprimido, abeirando uma profunda crise social. É tempo de arregaçar as mangas e de encontrar novos caminhos.
A oportunidade, desafiante e mobilizadora, está aí. Dentro de pouco mais de dois anos e meio, Guimarães irá assumir-se, por um ano, como um dos centros culturais da Europa. Cabe-nos aproveitar a oportunidade e projectar os resultados dessa experiência para além de 2012. Os vimaranenses estão colocados perante um desafio com uma dimensão incomparavelmente superior a qualquer outro a que esta cidade foi chamada a dar resposta ao longo da sua história. Bem aproveitado, permitirá dar um novo impulso de vitalidade a Guimarães e à sua região, permitindo-lhe encontrar novos rumos para a ultrapassagem do estiolamento social e económico.
2012 apresenta-se como um desafio cultural único, mas também como uma importante oportunidade económica. Guimarães deve maximizar as condições de que dispõe para apostar num processo de desenvolvimento sustentado, já não ancorado nas indústrias tradicionais, mas impulsionado pelas novas indústrias culturais, ligadas ao património, ao turismo, ao conhecimento, às artes, à criatividade, à ciência. Para tanto, importa que a Capital Europeia da Cultura seja mais do que um imenso rol de eventos efémeros. Dela devem ficar mais do que memórias, sendo vital que concorra para a formação de mais-valias económicas, sociais e culturais. Para tanto contribuirão, certamente, os novos equipamentos que se projectam com 2012 no horizonte, como o CampUrbis, a Plataforma das Artes ou a Casa da Memória. Mas, não menos importante, será a aposta na formação de recursos humanos e na criação de emprego especializado e altamente qualificado no âmbito das indústrias culturais e criativas. Para tanto, será necessário arrojo e espírito de iniciativa, que não se pode fechar nos limites do investimento público.
A viragem de Guimarães para a modernidade, ocorrida em finais do século XIX, brotou da necessidade, mas também da determinação, do empenho e da energia criativa dos vimaranenses, que lançaram sementes que frutificaram por largas décadas. Assim também acontecerá, estamos certos, com o mergulho no futuro que seguirá à Capital Europeia da Cultura.
Ganhar balanço
No final do século XIX, Guimarães passou por um profundo processo de transformação económica, social e cultural, iniciado nos primeiros anos da década de 1880. O momento de viragem aconteceu no ano de 1884. A partir daí, Guimarães nunca mais voltou a ser a mesma. Iniciava-se um ciclo cujo principal esteio económico foi a industrialização, em especial no sector têxtil. Nos tempos que vão correndo, ninguém ignora que esse ciclo já se encerrou. Hoje, Guimarães estende-se por um território economicamente deprimido, abeirando uma profunda crise social. É tempo de arregaçar as mangas e de encontrar novos caminhos.
A oportunidade, desafiante e mobilizadora, está aí. Dentro de pouco mais de dois anos e meio, Guimarães irá assumir-se, por um ano, como um dos centros culturais da Europa. Cabe-nos aproveitar a oportunidade e projectar os resultados dessa experiência para além de 2012. Os vimaranenses estão colocados perante um desafio com uma dimensão incomparavelmente superior a qualquer outro a que esta cidade foi chamada a dar resposta ao longo da sua história. Bem aproveitado, permitirá dar um novo impulso de vitalidade a Guimarães e à sua região, permitindo-lhe encontrar novos rumos para a ultrapassagem do estiolamento social e económico.
2012 apresenta-se como um desafio cultural único, mas também como uma importante oportunidade económica. Guimarães deve maximizar as condições de que dispõe para apostar num processo de desenvolvimento sustentado, já não ancorado nas indústrias tradicionais, mas impulsionado pelas novas indústrias culturais, ligadas ao património, ao turismo, ao conhecimento, às artes, à criatividade, à ciência. Para tanto, importa que a Capital Europeia da Cultura seja mais do que um imenso rol de eventos efémeros. Dela devem ficar mais do que memórias, sendo vital que concorra para a formação de mais-valias económicas, sociais e culturais. Para tanto contribuirão, certamente, os novos equipamentos que se projectam com 2012 no horizonte, como o CampUrbis, a Plataforma das Artes ou a Casa da Memória. Mas, não menos importante, será a aposta na formação de recursos humanos e na criação de emprego especializado e altamente qualificado no âmbito das indústrias culturais e criativas. Para tanto, será necessário arrojo e espírito de iniciativa, que não se pode fechar nos limites do investimento público.
A viragem de Guimarães para a modernidade, ocorrida em finais do século XIX, brotou da necessidade, mas também da determinação, do empenho e da energia criativa dos vimaranenses, que lançaram sementes que frutificaram por largas décadas. Assim também acontecerá, estamos certos, com o mergulho no futuro que seguirá à Capital Europeia da Cultura.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home