Efemérides vimaranenses: 29 de Março
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por
1395 — O Cabido faz emprazamento, em duas vidas, da igreja de São João de Ponte, com suas dízimas, primícias, bodos e com sua lavra toda, salvo o Couto, que lhe fica reservado, a Martim Anes, besteiro, morador em Guimarães, com obrigação de pagar ao capelão e dar-lhe "mocinho que lhe ajude à missa e almoinha e manceba que lhe cozinhe a carne e pescado e boroa aí na igreja e aí não fazer outro serviço" e dar à igreja de Braga 14 libras por os bodos e colheitas a 2 cónegos e 90 libras ao Cabido e manter a igreja no temporal, não se escusando de pagar a renda por "geada nem por pestilência"
1670 — Alvará régio mandando o Licenciado Gaspar de Morais por corregedor da comarca e correição de Guimarães, tendo além dos poderes ordinários os de: nos casos crimes poder mandar açoutar peões de soldada que estiverem assoldados e outros peões que ganharem dinheiro por sua braçagem açoutar e desorelhar escravos, e não outras pessoas, degradar os ditos peões para os lugares de além e coutos do reino, não passando o dito degredo de 4 anos, degradar escudeiros e vassalos que não forem de linhagem; e oficiais mecânicos para os lugares do reino, não passando o dito degredo de 3 anos, nos casos cíveis também alçada até 10$000 réis sendo de bens móveis, etc.
1722 — Decreto mandando circular e correr novas moedas miúdos de ouro, escudos, meios escudos, dobras, meias dobras, e quarto de dobras, o qual está registado na Câmara.
1797 — Fundação da Irmandade de Nossa Senhora das Dores na capela de S. Tiago, que existia na antiga praça do Peixe, que depois se denominou de S. Tiago. A Irmandade e a imagem da sua padroeira estiveram na capela do Anjo (S. Crispim), da rua da Sapateira, desde 1811 a 1812, enquanto andaram obras na capela de S. Tiago, para onde voltaram e estiveram até à demolição dela, indo então para a Misericórdia velha (S. Brás) no claustro da Colegiada.
1806 — É fundada a irmandade de Sta. Luzia na igreja de S. Dâmaso.
1821 — Portaria permitindo a José Maria de Sousa da Silveira, filho legítimo do desembargador Francisco António de Sousa da Silveira, trazer espada.
1834 — “São convidados todos os indivíduos desta vila que estivessem nas circunstâncias de pegar em armas para se alistarem nos dois corpos móvel e fixo que se organizaram nesta vila, sendo de Saragoça o uniforme do daquele e com canhão e gola azul claro com vivos brancos”, e igual mas sem vivos brancos o deste. O comandante do móvel era o major Lobo, de Fafe, e o do fixo era o major da cavalaria José Joaquim de Sá. P. L.
1836 — Na noite deste dia houveram repetições dos mesmos excessos que houveram na noite antecedente em consequência de ter aparecido uma Proclamação incendiária a favor de D. Miguel, a qual se supunha ser posta pelos Constitucionais por não ser verosímil ser posta pelos realistas em consequência de nessa noite ter-se batido nos Realistas, ter andado patrulhas de polícia a rondar de noite. P. L.
1854 — Saíram livres da prisão José António Pinto, filho de Manuel António Pinto," O Casa Velha", da Rua Nova do Muro, e José de Sousa. Filho de Joaquim José de Sousa, da Viela do Esterpão, por furto de chumbo das clarabóias da Colegiada no ano de 1853.
1854 — De tarde, na freguesia de Tagilde, estando a montar-se um aparelho de destilação de aguardente pertencente ao Freitas e Miranda, da rua das Flores, do Porto, levantou-se o povo, começaram os sinos a tocar a rebate, e juntaram-se perto de 600 pessoas que quebraram o aparelho e arrombaram os cascos que estavam destinados a conduzir o vinho. De manhã indo um carro com 3 cascos vazios deram muita pancada aos carreteiros a pontos que fugiram deixando tudo a discrição. Acudiu, passado 3 horas o administrador do concelho com uma força de 100 baionetas de caçadores 7, que assim mesmo não pode sossegar o povo. Poucos dias depois lia-se no “Pharol do Minho”: As desordens começadas em Vizela, estão felizmente terminadas e alguns dos seus autores acham-se presos.
1883 — A associação comercial assinou uma representação a El-rei pedindo a concessão do convento das Dominicas para a Confraria do Santíssimo Coração de Jesus, a qual foi apresentada em sessão da Câmara dos Deputados de 5 de Junho seguinte.
1907 — Houve um pequeno incêndio numa cas da Rua Nova do Comércio. Algum povo, ignorante, estranhou que os sinos dessem o respectivo sinal, por ser 6ª-feira santa.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
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