Efemérides vimaranenses: 24 de Março
Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por
1658 —João Machado d’Eça, natural desta vila, “clérigo in minoribus” e pensionário
1777 —O D. Prior e Cabido alcançam do Papa uma bula que suprime por 6 anos a conesia magistral de teologia-moral, anexando-a à Fábrica da Colegiada para reedificação e reconstrução da sua igreja e para compra de paramentos e alfaias, por a Fábrica não ter meios suficientes para isso. A reedificação e reconstrução não se realizou.
1829 —Na relação do Porto, é proferida na 2ª vara da correição do crime, sentença contra Francisca Teresa, solteira, parideira natural da freguesia de Paradela de Frades, couto de Bouro, assistente nesta vila de Guimarães e presa nas cadeias da Relação que na tarde de 2 de Agosto de 1828 fora presa em flagrante delito, por ter proferido na Praça do Toural sediciosas e anárquicas expressões contra os Legítimos e Inquestionáveis Direitos de Sua Majestade El-Rei Nosso Senhor, esquecida dos deveres para com a Sagrada Pessoa do seu Legítimo Rei o Senhor D. Miguel I – condenando-a por se achar plenamente provado, em 5 anos de degredo para as ilhas de Cabo Verde, em 50$000 réis para as despesas da Relação e nas custas dos autos.
1834 —Vai Manuel Joaquim, da Caldeirôa, como Juiz Vereador desta vila, à casa de Vila Pouca para fazer sequestro aos bens do Barão, por ter fugido para a guerrilha constitucional de Vieira. P. L.
1834 —Em o concelho de Vieira foi proclamada a rainha D. Maria II pelo Barão de Vila Pouca e vários súbditos fiéis da mesma Senhora, a quem se tinham reunido extraordinário número de Desertores e Paisano.
1836 —Foi sentenciado o assassino José António Simões, de Pombeiro, que em sua casa matou o seu hóspede João Ferrador, roubando-lhe 4 moedas e enterrando-o na horta. Eis a súmula do julgamento: - a audiência principiou ao meio-dia e terminou às duas horas e meia da noite. As galerias estiveram sempre apinhadas de povo e com todo o sossego. Era Juiz o de Cabeceiras de Basto, Domingos Manuel Pereira de Carvalho de Abreu, escrivão José de Sousa Bandeira, delegado o Dr. Francisco Leite Pereira da Costa (vimaranense), e defensor do réu Dr. António Leite de Castro. O júri foi composto de cidadãos de toda a probidade, trinta e tantas testemunhas depuseram contra o réu o qual confessou que sim tinha matado na noite de 24 para 25 de Dezembro último dentro de casa a sua vítima, o João Ferrador e que o tinha enterrado na sua horta, mas que fora pelo achar dormindo com sua mulher, que ele quis qualificar de adúltera. Esta cartada não foi aprovada, pois que o réu apenas deu duas miseráveis por testemunhas e nada juraram sobre o facto. A leitura do corpo de delito causou grande horror: o morto foi desenterrado pela justiça, tinha a cabeça esmagada a golpes de enxada, os olhos fora de suas órbitas, as coxas fracturadas, a cabeça atada a uma camisola velha, e um lenço na boca. O morto era amigo e compadre do assassino: este foi visto a passear alguns dias sobre a sepultura da vítima. Novo horror causou o ver o assassino vestido com a roupa da vítima, roupa que trouxe à ratificação da pronúncia, e com a qual teve o descaramento de se apresentar no Tribunal no dia da sua sentença e à vista de trinta testemunhas que lhe reconheceram e ele confessou. A mulher do assassino e a amásia foram com ele acartadas, e contra ele depuseram. O escrivão esteve constantemente a ler e escrever desde o meio-dia até às 10 horas da noite. O Juiz facilitou ao réu todos os meios de defesa e foi incansável na averiguação da verdade. O delegado orou com toda a força da lei e pedindo a morte do réu: a causa era estéril e odiosa; ele defensor evitava olhar para o réu, que lhe causava horror, mas depois de esgotar o luxo do seu talento, tratou de comover: ele mesmo se compungiu e chorou; o réu por um momento de fraqueza chorou igualmente; alguém mais nas galerias o acompanhou; mas o júri unanimemente julgou provados todos os quesitos e o juiz o sentenciou a que conduzido pelas ruas públicas desta vila à praça pública do Toural da mesma, aí na forca morresse de morte natural para sempre, e decepada sua cabeça fosse levada ao lugar do delito, para ser colocada em um alto poste, e conservada até que o tempo a consumisse, sendo nessa ocasião lida a sentença para conhecimento público; e em 200$000 réis, metade para a fazenda pública e metade para os herdeiros do morto. – Nota do P.L. O réu não chegou a ser enforcado, obtendo ficar para carrasco da Relação do Porto, e fora ele quem depois, em 21 de Abril de 1837, fizera a 1ª execução que se deu no reinado da Sra. D. Maria 2ª, que teve lugar na cidade do Porto, sendo executado um indivíduo que havia assassinado outro em Vieira.
1885 — Na noite deste dia e na do dia seguinte, um grupo de 13ci sob a direcção de Munczy Lajos, dá respectivamente dois concertos musicais, só com instrumentos de corda e regência imperceptível, no teatro D. Afonso Henriques, que estava repleto de espectadores. O desempenho por parte dos executantes, foi tão distinto que todos os espectadores alegavam jamais terem ouvido coisa tão surpreendente e maravilhosa. E desde então até hoje, 1932, ainda nesta cidade não tornaram a ser ouvidas execuções tão brilhantes.
Fonte: Efemérides Vimaranenses, de
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