Efemérides vimaranenses: 10 de Março

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1376 — Maria Mendes Sarrazinha, moradora em Guimarães, faz doação da quinta de Sezim com os 3três casais a ela pertencentes, da freguesia de Nespereira, a Afonso Martins, filho de Martim Gil e irmão do cónego Vasco Martins, e a todos os seus sucessores, pelas boas obras que dele recebeu, esperava receber, e por criança que lhe fez, com reserva do usufruto para ela, e se ele morresse antes da doadora voltariam para esta. - Cartº do Barão do Pombeiro.

1531 — Em vereação: foi acordado que nenhum negro nem outro escravo traga espada pela vila nem pelo termo, senão indo com seu senhor, sob pena de a perder e pagar 200 réis para concelho e cativos a metade e outra metade para os meirinhos e alcaides ou seu homens que os representarem, e os meirinhos, alcaides e seus homens que os virem e não o executarem pagarão 500 réis para concelho e cativos. E foi apregoado.

1621 — Tendo falecido a 3 de Maio de 1617 em Madrid, D. Frei Aleixo de Meneses, Arcebispo de Braga e ex-D. Prior de Guimarães, e sendo seu corpo trasladado para Braga, onde ficou sepultado na capela-mor, do lado da epístola, da igreja do Pópulo, aí foi achado incorrupto neste dia 10 de Março de 1621.

1622 — Sentença da Relação do Porto negando provimento ao agravo dos peixeiros Miguel André de Oliveira e sogra contra a Câmara que não quisera que ele continuasse a vender na praça pública, peixe, sardinhas, etc.

1677 — Em sessão de mesa da Misericórdia, presidida pelo seu provedor Francisco Martins de Eça, cavaleiro da Ordem de S. João de Malta, de comum acordo “foi assentado que pelos inconvenientes que a esta Santa Casa se segue de que a cura dos doentes de um humor gálico se faça com salsa pela muita despesa que se faz com os ditos doentes e também porque a dita se acha nas boticas já muito velha e de pouco vigor, termos em que os médicos desta Santa Casa acham ser mais conveniente assim ao bem dela como dos ditos doentes, que a dita cura se faça com pau santo e que para a dita cura o médico faça um regimento na forma que se há-de fazer, o qual se fixará em uma tábua nesta Casa do despacho e nenhum irmão desta mesa de maior ou menor condição poderá satisfazer ao boticário desta Santa Casa as receitas de qualquer qualidade de achaques sem serem primeiro assinados e revistas pelo médico que for desta Santa Casa, porquanto do contrário se acham alguns inconvenientes a esta Santa Casa que por ora se não referem”.

1854 — Neste dia foi o presidente da Câmara às Caldas de Vizela, acompanhado do fiscal da mesma e de outro vereador, os quais todos, na presença de dois facultativos, demarcaram o local para a edificação de uma nova albergaria dos pobres, em substituição da antiga albergaria que a câmara havia comprado e feito demolir para aformoseamento do lugar dos banhos. Era já tempo, e demais até, para o senado de Guimarães cumprir o que da parte dele solenemente se havia estipulado!!! (Notícia do “Moderado”, que diz mais): Consta-nos que o lugar agora escolhido nesta vistoria, fora demarcado em terras do passal da igreja de S. João das Caldas, e junto do lugar de Soutinho. E dizem-nos, que é de feito nesse local, onde mais convém que semelhante albergaria se edifique, não só por ficar a iguais distâncias dos banhos da Lameira, dos do médico e dos do Mourisco, senão também por ficar em sítio dos menos povoados, em arruamento muito bem arejado, e junto de muito frequentada estrada pública.

1862 — Passou na câmara electiva o projecto de lei, pelo qual a freguesia de Pedome foi anexada a este concelho de Guimarães.

1892 — Celebra-se na igreja da misericórdia uma missa em sufrágio dos pescadores que pereceram na catástrofe de 27 de Fevereiro passado, assistindo muitos cavalheiros, damas e o corpo activo dos Bombeiros Voluntários, tocando alguns trechos musicais durante a mesma a filarmónica “Boa União”, finda a qual a comissão composta do Conde de Lindoso, Bernardino Rebelo, Dr. Domingos Meireles, a corporação dos Bombeiros Voluntários e alguns representantes do Club Comercial, percorreram a cidade em “quete” pelas casa pedindo esmola em favor das vítimas sobreviventes da medonha catástrofe, resultando 166$155 réis.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

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