Efemérides vimaranenses: 6 de Outubro

D. Pedro IV de Portugal

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1601 — Breve do Pontífice Clemente VIII concedendo indulgências aos confrades de Nossa Senhora da Conceição, da sua capela nos subúrbios desta cidade.

1634 — O Cabido, estando informado que o cónego Gaspar de Afonseca Góiss dissera algumas palavras descompostas contra a sua corporação, na praça da vila, diante alguns seculares sobre o acrescentamento da côngrua feito ao vigário da freguesia de Urgezes, "dizendo que o dito acrescentamento fora feito por quatro cónegos Vilãos, Ruins e Malhadeiros, a quem o dito vigário mandava quatro ovos," condenou-o em 15 dias de risco dos vencidos, na forma do seu estatuto.

1677 — O príncipe-regente D. Pedro concede por carta régia as sobras duma nova contribuição para a construção da actual capela-mor da igreja Colegiada. Foi um dos desastres (o 2º) da estragação da dita igreja.

1726 — Pelo provedor da Misericórdia foi proposto à mesa uma petição do irmão António da Costa cirurgião em qual pedia que por serviço de Deus queria curar os pobres que se achassem enfermos no hospital pertencentes á sua faculdade da cirurgia, sem que pelo dito trabalho levasse estipêndio algum enquanto no dito hospital curasse o cirurgião Jerónimo de Almeida, e se obrigava também a curar todos os que viessem ao hospital de pernas, braços e costelas quebradas, e, por parecer justa a sua petição, foi por todos uniformemente aceite. No que serviu gratuito até 29 de Março de 1730 em que, por assim o requerer, lhe foi concedido ganhar metade do que estava ganhando o Jerónimo de Almeida. Não cumpriu bem a sua petição.

1822 — - Domingo - Conclui-se na câmara a eleição de deputados às cortes, sendo eleitos: Bernardo Teixeira Coutinho, Manuel Baltazar Mendes, Francisco Xavier Leite Lobo, Manuel Baptista Felgueiras; suplentes: Lourenço de Arrochela Malheiros, D. João de Avelar e Magalhães bispo do Porto, Manuel de Freitas Costa e José Peixoto Queirós. No fim houve Te Deum na Colegiada assistindo os portadores das actas e seu presidente. P. L.

1834 — Às 4 horas da tarde é publicado pela Câmara o bando que anunciava a morte do sr. D. Pedro IV, ordenando luto por 6 meses sendo 3 rigoroso e 3 aliviado. Formava-se o bando do modo seguinte: na frente tambores e um bombo coberto de crepe, depois dois escrivães de capa e volta, levando bandeiras enlutadas e fechava-o uma escolta de cabos de polícia.

1841 — Veio em procissão o Senhor da Pedra, de S. Roque para a igreja de S. Dâmaso, por causa das copiosas e continuadas chuvas que tinham havido as quais não deixavam fazer as colheitas. Neste dia e nos 2 seguintes houveram Preces na igreja de S. Dâmaso. P. L.

1879 — A Associação Clerical Vimaranense, que até agora esteve na casa de Júlio Monteiro Pinto Girão, no princípio da rua Nova de Santo António, mudou neste dia para a esquina do Toural e Praça Nova, casa do mercador António José da Costa Braga.

1887 — A Câmara reúne-se em sessão extraordinária com os presidentes das principais corporações civis, que convidara, para deliberar sobre a recepção e festejos à família real, que em breve vinha visitar esta cidade.

1891 — Inauguração do colégio de S. Dâmaso e respectivas aulas no edifício do convento da Costa.

1901 — À noite, no Toural e na praça de D. Afonso Henriques (S. Francisco), os Bombeiros Voluntários ensaiaram em público o facho com a força de 2:500 velas ou 1:500 conforme for necessário, que obtiveram para auxiliar o serviço em casos de incêndio.

1901 — Devido à lei eleitoral "Hintz Ribeiro", deixou de ser reeleito deputado por Guimarães, mandato que exercia desde 29 de Junho de 1884, o conselheiro João Franco F. P. Castelo Branco.

1910 — De manhã chegaram os jornais do Porto com a notícia de em Lisboa ter sido implantada a república.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.