17 julho, 2006

Efemérides vimaranenses: 18 de Julho

O Terreiro da Misericórdia. Do lado direito, a seguir à Casa dos Coutos, o fontanário (foto tirada depois da demolição do respectivo tanque).

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1475 — Carta de El-rei D. Afonso V, dada na cidade de Touro, porque considerando o muito serviço que seu sobrinho D. Fernando, Duque de Guimarães, tinha feito, faz doação ao filho primogénito do Duque, para que, depois da morte do pai, haja a vila de Guimarães e seja duque dela, como ora a tinha o dito duque.

1818 — A Câmara determinou mandar construir o tanque no terreiro de Nossa Senhora da Misericórdia, "visto a utilidade que resulta ao bem comum esta vila, que há anos se tem requerido a este Senado pela nobreza dela".

1832 — Estando no Passeio do Toural um grupo de realistas, e representando-se-lhes que ouviram fogo, entraram a dizer que era tropa do sr. D. Pedro da que estava em Braga, pelo que uns fugiram e alguns dos mais animosos foram pela rua de Mata-Diabos para se desenganarem se era ou não. Averiguado o caso, era uma besta que estava a dar patadas no chão da loja do Prosódia. PL

1839 — Na noite do dia 18 de Julho de 1939, para o dia 19, foi morto, nas Caldas de Santo António das Taipas, o célebre façanhudo frei Domingos Pedreira, filho de um taberneiro, morador a Trás-os-Oleiros (tinha sido pedreiro), e natural desta vila. Este facínora depois de ter cometido os maiores crimes, foi morto por um ferreiro (morava aos Pontilhões, indo para as Caldas) com um tiro de clavina, que lhe deu no peito, depois de ter sido agredido pelo defunto com um pau, assim como os seus companheiros (andavam com uma festa de violas, etc.) que tinham fugido depois de ter apanhado, ficando só o ferreiro com ele que depois de ter apanhado também instado com ele para que se retirasse, e não o fazendo desfechou com ele e matou-o Assim acabou os seus dias este malvado que mais era um monstro do que um homem. Foi frade graciano (não chegou a ordenar-se) e já no tempo em que esteve no convento se fez muito célebre pelas suas maldades. Depois da extinção dos conventos e da Aclamação da Rainha e da Carta, principiou a anular os votos (o que só conseguiu depois da Revolução de Setembro) para casar com uma filha do defunto Jerónimo Vaz do Toural, a qual tinha tirado da casa da mãe para casa de seus pais, onde viveu amancebado com ela algum tempo, tendo filhos dele. Não tinha casado com ele, por causada mãe dela lhe não querer dar nada, mas ainda falava com ela e a tinha em casa de seu sócio Valentim de Sá, escrivão de direito. Depois da Revolução de Setembro de 1836, declarou-se um acérrimo partidário dela, sendo quem fazia tudo nesta vila, tendo-lhe todos muito medo. Fez-se notável em todas as eleições e com especiosidade na última eleição de Deputados com se mostrou neste livro a folhas 120 (vide a 26 de Agosto de 1838) e na última eleição da Câmara e administrador do concelho, chegando a reunir muitos votos para administrador indo na lista dos 5 para o Governo. Não andava de noite, senão carregado de armas e poucas eram as desordens que haviam na vila em que não entrasse. Finalmente era um homem que não tinha qualidade alguma boa. Os habitantes desta vila (com mui raras excepções) receberam com satisfação a notícia deste acontecimento, não porque eles tenham de costume o regozijo com o mal dos seus semelhantes, pois são dotados de bastantes sentimentos de humanidade, mas por ver que um tal verdugo não podia deixar de ter mais cedo, ou mais tarde um tal fim, e por se verem livres de um tão grande opressor. Apareceu morto em ceroulas, e assim esteve todo o dia até ao seguinte em que a justiça foi levantá-lo, estando tão descomposto que causava horror a quem o via. Estava em ceroulas porque assim tinha saído de casa, quando tinha vindo bater nos da festa e tirar-lhes umas moças que eles levavam. O sítio aonde ele apareceu morto foi na Deveza, junto as casas do José Leite e por esse sítio foi aonde principiou a desordem, e aonde ele levou o tiro. Se o ferreiro o não matasse era mui provável que fosse morto, pois o agressor era desalmado e tinha além do pau um grande navalhão de mola com que apareceu. Foi depositado no dia 20 na capela de Santo António das Taipas, e sepultado na tarde do mesmo dia na igreja de S. Tomé de Caldelas, e o pai mandou-lhe fazer neste mesmo dia um ofício a igreja de S. Sebastião desta vila (igreja da sua freguesia) e mandou-lhe dizer missas gerais pela alma. Teria trinta anos de idade pouco mais ou menos. PL

1877 — A Câmara deliberou mandar consertar os telhados dos açougues e demolir a alpendrada de fora.

1911 — Em Cardido, S. Cristóvão de Selho, trava-se um conflito entre republicanos e monárquicos, trocando-se tiros e havendo feridos. - "O Século".

1937 — Domingo.- Às 5 horas da manhã, na Rua dos Terceiros, à porta da padaria (pegado à Casa dos Pobres) três refinados tratantes travaram-se em desordem, um pegando numa tranca, outro disse-lhe que desse no terceiro: aquele deu com a tranca na cabeça deste que logo caiu; foi levado para o hospital da Misericórdia onde faleceu na manhã de 22-VII-1937.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

publicado por SMS às 11:29

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