Efemérides: 21 de Fevereiro

O Tanque da Oliveira, numa fotografia de meados do séc. XIX.

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1588 — Carta régia, expedida de Madrid, ordenando, por pedido da Câmara, que seja mudado para junto do castelo, onde já tinha estado, o corpo da guarda que se achava estabelecido na casa onde se rendiam os que vinham de fora à vila.

1656 — São afixados editais da Câmara mandando cortar as madeiras no termo, além do rio Vizela, para os galeões, sendo avaliadas antes pelo mestre de carpintaria Gonçalo Jorge.

1692 — Nasce Tadeu Luís António Lopes de Carvalho Fonseca e Camões, moço fidalgo da casa de S. M., cavaleiro professo da Ordem de Cristo, familiar do Santo Ofício, senhor dos coutos de Abadim e Negrelos, académico e da Academia Real de História Portuguesa, da dos Infecundos e da Arcádia em Roma, patrono da antiga Academia Problemática de Guimarães; era filho de Gonçalo Lopes de Carvalho e de D. Guiomar Bernarda da Silva. - Vid. Dic. "Portugal", 4-501

1843 — "Pela uma hora da tarde, pouco mais ou menos, caiu um raio na torre da Colegiada desta vila, o qual entrou depois pela igreja dentro e fez bastante estrago, quebrando algumas peças de madeira e queimando bastante ouro não só das cornijas, mas também dos arcos. Em toda a igreja fez seus estragos, exceptuando na tribuna e na capela do Sacramento. O raio caiu no remate que tinha a cúpula da torre que era de ferro, depois de esbandalhar a mesma é que passou para a igreja. No exterior da igreja o estrago que fez foi deitar abaixo o martelo do relógio, uma bica do tanque e quebrar a maior parte dos vidros não só da igreja, mas também de muitas casas da Praça da Srª da Oliveira, arrebentando na mesma o cano das águas públicas em diferentes partes. O estampido que deu o trovão quando caiu o raio foi muitíssimo grande e seguiu imediatamente ao relâmpago, ficando os habitantes desta vila aturdidos e fora de si. Uns carpinteiros que andavam a pôr algumas porcas dos sinos na torre, escaparam felizmente de ser vítimas do raio, por na ocasião em que ele caiu irem pôr uma madeira. A cúpula principiou a incendiar-se a ponto de que foi preciso irem lá as bombas, e o administrador mandou para guardar a igreja força do destacamento nº 8 e polícia. Também nesta ocasião caiu uma pequena faísca na torre de S. Paio que se julgou extraviada de outra; porém foi tão pequeno o mal que causou, que foi quase imperceptível. Este acontecimento foi tido como um milagre, pois foi em uma ocasião em que ninguém estava tanto na torre como na igreja, e até mesmo no tanque aonde tinha caído o raio. Uns pedreiros que andavam a trabalhar ao pé do tanque não tiveram perigo, por nessa ocasião não andarem a trabalhar. Tanto nestes dias como nos anteriores e posteriores houve grandes tempestades." P. L.

1883 — A Câmara Municipal resolve representar às Câmaras Legislativas pedindo a construção de uma linha férrea a partir desta cidade directamente a Chaves prolongando-se até Braga e ligando-se com o Porto e a Póvoa de Varzim pelo Bougado a Vila Nova de Famalicão.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.