Terceiro centenário da morte de Torquato Peixoto de Azevedo
Passam hoje trezentos anos sobre a morte do Padre Torquato Peixoto de Azevedo, presbítero secular, historiador, genealogista e monógrafo vimaranense, autor das Memórias Ressuscitadas da Antiga Guimarães.
Na apresentação da obra, o Padre Torquato descreve-a como compreendendo “as primeiras notícias da nossa antiga Araduca, a fundação da nova Guimarães e sua igreja real; sua grandeza, moradores, freguesias, coutos e honras do seu termo; edifícios, mosteiros, capelas, rios, pontes e fontes suas vizinhas; morgados e privilégios, isenções e liberdades com que foram honrados seus reis; casos e sucessos que na sua defesa e do reino sucederam.”
Segundo o Abade de Tagilde, o renovador da historiografia vimaranense, o “Padre Torquato coloca-nos à mão muitos dados, cujo conhecimento só alcançaríamos manuseando grossos volumes, e dá-nos conta de outros, que não adquiriríamos sem o seu auxílio. Deixa-nos alguns pontos que desejaríamos mais lucidamente desenvolvidos e de boamente prescindiríamos de algumas minuciosidades, que nos narra. Mas onde a formosura sem senão?”
Trata-se da mais antiga monografia sobre Guimarães, cujo conteúdo serviu de fonte de inspiração a tudo quanto sobre Guimarães se escreveu nos séculos seguintes.
O Padre Torquato Peixoto de Azevedo nasceu a 2 de Maio de 1622, filho de João Rebelo Leite e de Isabel Peixoto de Azevedo. Além das Memórias Ressuscitadas da Antiga Guimarães (que só se publicaram em 1845), deixou ainda 22 volumes manuscritos com genealogias. Faleceu a 23 de Junho de 1705.
Na Biblioteca da SMS encontra-se o manuscritos das Memórias Ressuscitadas (cuja versão integral está disponível no web-site da Casa de Sarmento), além de diversas obras genealógicas do Padre Torquato.
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