UM MÊS, UMA PEÇA - 1 a 31 de março de 2024
UM MÊS, UMA PEÇA
1 a 31 de março de 2024
Ao longo de 2024, a Sociedade Martins Sarmento (SMS) estuda e expõe em detalhe peças do seu acervo museológico, com o objetivo de partilhar um pouco da história dessas coleções.
[Antifonário santoral]. Este livro fez Frei Ant[ónio] de Coimbra, professo do M[osteiro] de Sã[o] Marcos & iluminou o Padre Frei Jorge de Santar[ém], na era do S[e]nhor de mil [quinhentos e trinta e três].
Livro de cantochão, com encadernação em placas de madeira, forradas a couro, gravado a seco, e com vestígios de fechos. Fólios em pergaminho, com escrita gótica rotunda e notação quadrada. Letras capitais a vermelho e/ou azul, com ornamentos filigranados, em ambas as cores ou cores alternadas.
Esta peça poderá ser visitada no nosso espaço de terça a domingo das 10h00-12h30 e das 14h30-17h30.
Categoria Mobiliário
Subcategoria Religioso
Nº Inventário Et-0595
Denominação Estante de cantochão ou facistol
Época/Data Séc. XVII
Altura 2760 mm
Comprimento 860 mm
Matéria/ Técnica Madeira de castanho entalhada e policromada
Proveniência Igreja do Convento de Santa Clara de Guimarães
Função Suporte para os livros do Coro
Incorporação Oferta do Dr. Eduardo de Almeida em 1926
Localização Galeria exposição permanente
Descrição Estante de coro ou estante de Cantochão, também facistol ou atril em madeira de castanho entalhada e policromada.
Composta por base octogonal que apoia uma coluna decorada com volutas volumosas com pássaros (águias). A zona de suporte de livros, com plataformas para apoio dos mesmos, é de mecanismo giratório, sendo formada por painéis recuados, de forma piramidal, permitindo a colocação de mais que um livro.
O recosto para os livros exibe quatro pinturas a óleo - Santa Clara de Assis, Santa Catarina de Siena, São Francisco de Assis e Santo António de Lisboa.
Tipologia de grande divulgação entre os mosteiros e conventos do norte do país no séc. XVII e primeiras décadas do séc. XVIII. Esta peça pertenceu ao Convento de Santa Clara de Guimarães, tendo sido realizada para o coro alto da igreja.
Terá sido adquirida pelo Dr. Eduardo de Almeida, aquando da venda em hasta pública de bens pertencentes ao extinto convento de Santa Clara de Guimarães, pela Comissão Central da Execução da Lei da Separação.
História As estantes monumentais de quatro faces encontram-se entre as peças de mobiliário mais prestigiadas da segunda metade do século XVII: de planta poligonal, fiel aos padrões geométricos de quinhentos.
O facistol é uma grande estante giratória, criada no século XV para permitir a leitura coletiva dos livros de cantochão pelos capelães, em catedrais, ou pelos religiosos, em mosteiros e conventos. Até inícios do século XX os livros destinados ao cantochão eram elaborados em tamanho grande, para leitura coletiva, e, por isso, o facistol era assim tão grande e posicionado de modo que todos os cantores pudessem ler o livro.
Inicialmente tinham apenas dois lados, destinados aos livros que seriam lidos pelos cantores nas duas fileiras de cadeiras dos templos católicos, porém, com a difusão da polifonia no século XVI, adquiriram quatro lados e uma base giratória, para permitir o suporte dos livros destinados a cada uma das vozes do grupo musical.
Todas as antigas catedrais, mosteiros e conventos tinham o seu facistol para a leitura coletiva do cantochão, mas ao longo do século XX foram sendo desativados por conta da adoção dos livros individuais, ou mesmo da interrupção da prática de música gregoriana e polifónica.
Bibliografia
- Catálogo do Museu de Martins Sarmento : secção de etnografia . - Guimarães : SMS, 1981
- Revista de Guimarães. Guimarães : Sociedade Martins Sarmento, vol. XXXVI, 1926
- GUIMARÃES, Alfredo e SARDOEIRA, Albano - Mobiliário artístico português: elementos para a sua história. Porto: Edições Illustradas Marques Abreu, 1924. 2º vol.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home