Efemérides vimaranenses: 17 de Março

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1568 — Das duas para as 3 horas da tarde, D. Fulgêncio de Bragança, pessoalmente toma posse do D. Priorado-mor de Guimarães.

1605 — Tem esta data a Lei sobre a execução do contrato das cartas de jogar e solimão, que está registada no respectivo livro da Câmara Municipal de Guimarães.

1676 — O Arcebispo de Braga, D. Veríssimo de Lencastre, faz visitação no espiritual e no temporal à abadia primacial de S. Miguel do Castelo, e manda que sejam postas pedras de ara em todos os altares da igreja.

1731 — O Cabido despacha com a esmola de 4$800 réis a petição de D. Scedid Pada, cavaleiro da Ordem de S. Lázaro e da Grã-Cruz de S. Jorge, príncipe de Monte Líbano, que por carta do Sumo Pontífice obtivera de Sua majestade o seu real passaporte para solicitar em todo o reino de Portugal esmolas para a manutenção do culto divino no seu país, onde havia sito perseguido pelo Turco, por motivos explicados na petição.

1842 — A Ordem 3ª de S. Domingos aceita do beneficiado José do Sacramento e Silva 500$000 réis, para o seu hospital, com o encargo anual de, em dia 20 esmolas de 240 réis, a 10 pobres de casa sexo, entrando sempre neste número o Servo andador.

1850 — Domingos de Páscoa – Desde as 11 horas da noite antecedente andaram as campainhas anunciando as Vias-sacras17. Saíram 26, algumas com música, calculando-se em duas mil pessoas as que concorreram. Saiu a procissão com pompa do costume. Os rapazes atiraram algumas pedradas à figura conhecida pelo apelido ‘Sacabruxa’ que tocava a trombeta, houve ferimentos leves.

1872 — De manhã arrematou judicialmente, a requerimento da fazenda nacional, o mobiliário do meu professor de instrução primeiro e instituidor do asilo de Santa Estefânia, Francisco António de Almeida, em virtude de ter falecido sem testamento e não lhe aparecerem parentes; eles eram de Lisboa.

1883 — A convite do arcipreste do julgado eclesiástico reúne o clero na sala da Associação Clerical para aderir a uma representação que lhe foi envida de Braga afim do Governo não aceder ao pedido de demissão da mitra feito pelo arcebispo D. João Crisóstomo de Amorim Pessoa. O clero de Guimarães, tendo em vista que o pedido de demissão era feito pelo arcebispo se achar agravado como o arredondamento da dioceses e que era este a sua afronta, não aderiu, o que lhe valeu alcançar o epíteto vomitado por um eclesiástico categorizado de Braga “ que os padres de Guimarães eram uns bêbados”.

1886 — De tarde, chegam a esta cidade 11 guardas-civis (o Vimaranense diz 12) pertencentes ao corpo policial de Braga, requisitados pelo administrador do nosso concelho, que era o capitão de artilharia Francisco José Machado. O povo reúne-se à noite e indo procurar à Assembleia Vimaranense a comissão de vigilância para esta pedir ao administrador que mandasse retirar o dito destacamento vindo de Braga, encontra na rua da Rainha ao qual faz o mesmo pedido para retirar a polícia de Braga ou substituí-lo por polícia do Porto. O administrador ouviu a petição e prometeu retirar a polícia de Braga, o povo levantou imediatamente vivas ao administrador e dispersou sossegadamente. Mandou-os no dia seguinte às 8 horas da noite para Famalicão, para aí fazerem serviço.

1892 — Realizou-se no Clube Comercial um sarau musical em benefício das vítimas sobreviventes do temporal de 27 de Fevereiro na Póvoa de Varzim, esteve muito concorrido e no átrio tocou a banda do regimento de infantaria 20, por cedência do seu comandante.

1930 — A comissão administrativa do asilo de Santa Estefânia, tendo recebido um ofício de uma comissão de 4 senhoras das mais distintas de Guimarães, que lhe pediam cedência de um salão para instituírem um patronato, que ficava chamado “Patronato de Santa Estefânia”, deliberou por unanimidade ceder-lhes o salão ao rés do chão da frente do seu edifício em que funcionou em tempo a aula do sexo feminino.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.

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