Efemérides: 13 de Junho

O Padre Gaspar Roriz

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1657 — Em vereação: Havendo notícia de que o inimigo se preparava para entrar pela Portela do Homem (o inimigo eram os espanhóis), foi assentado que se fizessem de novo as portas da vila que fosse preciso, compusessem as que fosse conveniente de ferragens, pregaria, etc., e que se tapassem de pedra e cal as portas de Santa Bárbara e da Freiria; e notificassem os juízes do subsino das freguesias para virem declarar quais os lavradores que têm cabedal para terem farinhas moídas para a ocasião precisa, e se lançasse bando para que os moradores da vila e arrabaldes estivessem prevenidos com armas, pólvora, balas e corda, e farinha moída e mantimentos em suas casas.

1683 — É a primeira vez que nos livros da contagem do coro da Colegiada vem anotada a procissão de Nossa Senhora da Lapinha, que era sempre neste dia enquanto ele foi santificado de preceito, e hoje é no domingo seguinte, não havendo impedimento na igreja Colegiada. No arquivo da Colegiada não havia documento donde constasse quando teve princípio esta procissão e o costume do Cabido a acompanhar à saída até à Porta da Vila, o que sempre fez.

1838 — À noite, os estudantes de Guimarães representaram, na casa do Teatro, uma peça intitulada "Trinta Anos, ou a vida de um Jogador", a qual desempenharam sofrivelmente. A entrada foi grátis. PL.

1844 — O hospital geral da Santa Casa da Misericórdia, no extinto convento dos Capuchos, é pela primeira vez aberto à visita pública "como se costumava fazer em dia da Visitação de Santa Isabel no antigo hospital da Misericórdia". Estava asseado e foi visitado por muita gente. PL.

1883 — A Câmara faz um regulamento para o estabelecimento termal das Taipas, revogando o de 27 de Janeiro de 1869, e é aprovado pela comissão distrital delegada da Junta em sessão de 4 de Julho deste ano de 1883.

1912 — Às 6 horas da tarde, quando se dirigia da igreja das Dominicas, onde tinha pregado na festa de Santo António, para a de S. Francisco para concluir também a festa de Santo António, foi preso para a esquadra policial o padre Gaspar Roriz, dizendo-lhe que por andar de hábitos talares, vestindo ele batina por baixo de um casaco à conselheiro. Após algumas peripécias foi restituído à liberdade, sendo então acompanhado, por inúmeras pessoas que se encontravam à porta da esquadra, à igreja de S. Francisco onde pregou, tendo grande auditório e foi muito cumprimentado por diversas pessoas de categoria.

1913 — Às seis horas tiraram do oratório suspenso a imagem de Nª Sª da Vitória e levaram-na para a sacristia da Colegiada, e às 8 horas da manhã principiaram a alagar o dito oratório que era todo de madeira e envidraçado e era assente sobre os capitéis do arco do fundo do Padrão.

1915 — Instalação da oficina de S. José. Os rapazes jantaram na parte baixa do claustro de S. Francisco. O jantar foi oferecido pelo 2º Conde de Margaride, Henrique; em seguida assistiram à festa de Santo António na igreja de S. Francisco na qual pregou o padre Gaspar Roriz e fez apelo para a Oficina. Finda a festa foram acompanhados em cortejo dos alunos internados do padre José Maria e de Luís Gonzaga Pereira e da tuna da Juventude Católica de Guimarães; 10 rapazes e a direcção vão para a Costa e ficam instalados numa casa próxima ao escadório.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.