Efemérides: 19 de Abril

D. Maria II. Gravura da colecção da SMS.

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1678 — Provisão, para o Monte de Correlos, Ribeirães e Pé de Carro se dividir pelos moradores de Silvares, S. Martinho de Candoso e S. Jorge de Selho.

1834 — Foram alguns indivíduos a casa do Mendes, mercador, morador Atrás do Tanque e lhe deram muitas espadadas e facadas, cortando-lhe até o nariz. Foi por ele ser testemunha contra alguns constitucionais na Devassa de 1828. PL.

1835 — Domingo de Páscoa.- Deram um tiro no porteiro Pinotes em uma desordem que ouve na romaria em Santa Apolónia, do qual morreu no dia seguinte. Este tiro foi dado em consequência deste indivíduo querer tirar à polícia um seu afilhado, o qual tinha sido preso por ela em desordem que havia feito na mesma romaria. PL

1836 — De tarde houve um espectáculo de uma companhia de Alcides (dança em corda, saltos mortais, etc.) em um teatro que haviam preparado no extinto convento de S. Francisco, a qual mereceu os aplausos de uma imensidade de espectadores. À noite houve uma brilhante iluminação na fachada da Casa do Toural com o retrato da rainha, estando uma banda de música a tocar hinos constitucionais e outras peças em um palanque encostado ao cruzeiro. Na Casa do Toural a Sociedade Patriótica deu um bem servido chá. Tanto a iluminação como o chá foram à custa dos sócios. A concorrência tanto ao chá como à iluminação foi assaz grande. Deu-se nesta noite bastante fogo do ar e morteiros. PL.

1839 — À noite representaram os estudantes desta vila uma tragédia em 5 actos, a qual foi de graça. O entremez, obsceno em demasia, não era próprio para se representar no teatro duma vila como esta, em que ainda há muita gente que olha com respeito para a boa moral. Mas que era de esperar do seu director e ensaiador o Tomás das Hortas! PL.

1856 — Toma posse da dignidade de Chantre de Guimarães e presidente do Cabido, José António Martins Vimaranense, por seu procurador o cónego Miguel Antão da Silva Portugal. Era natural da freguesia de S. Miguel do Castelo, Guimarães, onde nasceu a 30 de Novembro de 1807, filho de Francisco José Martins, armador, e de Rosa Margarida. O Cabido não recebeu bem a nomeação dele, em razão de ter sido mestre de cerimónias e pertencer a família pobre, e agora ser o seu presidente.

1860 — Com o n.º 48 suspende e assim termina a sua publicação "O Vimaranense", 2.º jornal deste título.

1863 — Domingo. - Foi baptizado na paroquial igreja de S. Paio, um pretinho, criado do visconde de Pindela. Foram padrinhos o filho primogénito dos viscondes e a viscondessa, assistindo com tochas muitos cavalheiros e houve grande concurso de povo.

1877 — Tem esta data o projecto de estatutos feito pelo dr. Pereira Caldas para a criação do Centro Arqueológico que o mesmo propôs na conferência arqueológica que neste dia se realizou na Citânia de Briteiros, estando presente o presidente da Associação dos Arquitectos e Arqueólogos Portugueses, Joaquim Possidónio Narciso da Silva, e que por proposta de Augusto Soromenho se devia chamar Associação Arqueológica Martins Sarmento.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.