Efemérides: 12 de Março

Avelino da Silva Guimarães. Retrato de Abel Cardoso.

Algumas das efemérides vimaranenses deste dia, coligidas por João Lopes de Faria:

1625 — A mesa da Misericórdia defere o requerimento das freiras de Sta. Clara, deliberando que a procissão de 5ª feira santa entre este ano à igreja das mesmas, na forma dos estatutos, e o mesmo daqui por diante sempre que pareça à mesa e ao definitório.

1682 — Foi medida e descrita a igreja Colegiada, claustro, sacristia, adros e mais dependências, em Tombo, pelo juiz do mesmo, Dr. Manuel de Torres da Silveira, juiz de fora de Guimarães.

1812 — Provisão régia, por despacho de 4 de Dezembro, que a seu pedido obteve António José de Sousa Basto, formado em medicina pela Universidade de Coimbra e assistente nesta vila de Guimarães, fazendo-lhe mercê para, durante a presente guerra, ser médico gratuitamente, em Vizela e Taipas, dos enfermos que vinham a essas águas, cujo oferecimento fizera por bem as conhecer e lá não haver médico algum, o que as desacreditava por não por não saberem a aplicação.

1865 — Por iniciativa do negociante de fazendas brancas, de linho e algodão, com estabelecimento no Toural, António José Ferreira Caldas, natural de Vizela, reúnem-se na casa do importante negociante de modas, António do Espírito Santo “O Alemão”, no terreiro da Misericórdia, às 11 horas da manhã, 51 membros da classe comercial. Sob a presidência do dito António do Espírito Santo, secretariado por João de Castro Sampaio e Francisco José da Costa Guimarães, procedeu-se à eleição de uma comissão de 5 membros para a formação dos estatutos, saindo eleitos: o iniciador, os 2 secretários, e José Custódio Vieira e José Joaquim de Lemos. Foi calorosamente apoiada a proposta que fez João António da Silva Areias, de um voto de louvor a António José Ferreira Caldas pela feliz iniciativa da formação da Associação Comercial.

1866 — A Associação Comercial representa ao Governo, pedindo-lhe a permanência de um corpo militar nesta cidade.

1872 — À noite saiu a banda de música “Boa União” e houve foguetes, percorrendo as ruas da cidade, menos a do Gado que era onde morava o juiz de direito, em regozijo pela Relação do Porto mandar por acórdão deste dia levantar a suspensão que o dito juiz, Francisco Henriques Seco havia imposto ao advogado Dr. Avelino da Silva Guimarães e a outros advogados. Às 9 horas da noite, à porta da morada do referido juiz, na casa dos Laranjais, estoiraram algumas bombas. A Autoridade administrativa e o mesmo juiz investigaram perguntando testemunhas: se isto foi verdade e se nesta noite andou algum troço de amotinadores por algum ponto da cidade vociferando injúrias contra o juiz de direito, se esses amotinadores foram à casa do mesmo juiz afrontá-lo e provocá-lo; se eram capitaneados pelo administrador substituto Francisco Ribeiro Martins da Costa.

Fonte: Efemérides Vimaranenses, de João Lopes de Faria, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.