A SMS no PÚBLICO: "Património centenário da Sociedade Martins Sarmento continua desconhecido"
Com 124 anos de idade, aniversário assinalado ontem, o património da Sociedade é valorizado apenas pela comunidade científica e desconhecido até a nível local. Patrocinada desde a sua fundação por homens abastados, hoje a SMS continua a não receber qualquer apoio do Estado. Vive de rendimentos herdados do seu patrono, créditos bancários e dedicação de voluntários. Com o Governo de José Sócrates, espera conquistar notoriedade, meios e profissionalização.
Um património vasto e valioso
Testamentária de vários vimaranenses, um dos quais o escritor Raul Brandão, a SMS alcançou "um nível difícil de sustentar, mas crítico de travar", acrescenta o presidente. Sem receber "rigorosamente apoio nenhum" por parte do Estado, apenas o resultante de um protocolo com a autarquia, conservar, restaurar e fazer a manutenção do vasto acervo que possui e dos projectos que alimentou "não é coisa pouca", acentua. Além de fundos documentais, a associação detém o edifício onde está sedeada, que ocupa um antigo claustro gótico e o jardim de um extinto convento, albergando também o museu arqueológico. Os castros de Briteiros e de Sabroso, candidatos a património da humanidade, mais de dez monumentos arqueológicos, desde Bragança até Barcelos, é o Museu de Cultura Castreja completam a lista de bens imóveis que supervisiona. E, em cofre bancário, estão guardados vários "tesouros".
Fruto de uma recente relação com a Universidade do Minho (UM), de onde saiu a primeira unidade cultural da academia em Guimarães, a
De acordo com Amaro das Neves, o resultado é positivo, mas "insuficiente". Posta de parte pelos anteriores governos, as esperanças de granjear o "reconhecimento do Estado" cresceram a partir das últimas legislativas. A ministra da Cultura,
"A SMS não cheira a naftalina"
Mesmo sem dinheiro, a SMS não tem parado no tempo. Um dos projectos que ainda cheiram a fresco é o da criação, na sede, de uma galeria de arte contemporânea. Contudo, para o futuro, a direcção tem planos mais estruturantes. Quer, antes de mais, consolidar as contas e integrar profissionais especializados -no quadro, está, actualmente, apenas uma técnica de conservação e restauro. Em fase de preparação está a renovação da imagem institucional, um "aspecto fundamental" até agora esquecido, nota o presidente, Amaro das Neves. O merchandising passará pela produção de réplicas de peças do museu. Acabar com o que pode parecer uma "mostra de cacos", tornando o museu arqueológico compreensível para qualquer visitante, é outro passo. A revitalização do castro de Sabroso, a criação de uma quinta pratohistórica, com produtos e espécies animais próprios dos castros, a dotação da biblioteca de técnicas de conservação e a classificação do edifício (do séc. XIX) onde está instalada fazem parte dos objectivos. Por tudo isto, "a SMS não cheira a naftalina", garante Amaro das Neves.
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