Apresentação do Portal CAMinho
A apresentação do portal terá lugar dia 17 de Fevereiro, pelas 17h, podendo ser acompanhada pelo Youtube: https://youtu.be/d-SLMZ1MQSc
A Revista de Guimarães, que se publica desde o longínquo ano de 1884, é o órgão científico da Sociedade Martins Sarmento e, muito provavelmente, a mais antiga revista portuguesa que se mantém em publicação.
No primeiro número da Revista, os seus promotores afirmavam claramente o que os movia: “É realmente uma revista de Guimarães que nós fazemos, é pela prosperidade que nos dedicamos, são as suas condições de vitalidade que vamos estudar e documentar, é Guimarães que procuramos fazer conhecida e estimada pelo resto do paiz”. Consideravam que “a investigação miúda e perseverante é a base de todo o progresso científico. E dentro de tão estreitos limites, como são os do nosso concelho, há farta colheita de factos a fazer-se, dignos da inquirição dos estudiosos. Não será pois uma lastima que deixemos passar, indiferentes, á nossa vista, os factos vivos que vamos depois estudar mal, estudando-os só nos livros do estrangeiro?” Este programa entroncava, claramente, nos desígnios dos fundadores da Sociedade Martins Sarmento, sendo um desenvolvimento natural da sua dinâmica naquela época.
Em 1994, Joaquim dos Santos Simões, diretor da SMS e da Revista de Guimarães, assinalava que a edição de uma publicação periódica com estas caraterísticas, afastada dos grandes centros culturais, se podia considerar «um acto de coragem», que se podia avaliar pelo número de volumes editados e pelas valiosíssimas colaborações angariadas nas mais variadas áreas científico-culturais.
É este ato de coragem que se renova mais uma vez com o lançamento do volume 129, apresentado publicamente no dia 30 de janeiro pelo Reitor da Universidade do Minho, Professor Rui Vieira de Castro (a sessão pode ser visualizada aqui). Neste número podem encontrar-se os seguintes artigos:
- Maria Otília Pereira Lage – O Cerco do Porto contado por uma testemunha: o coronel Owen. Evocação e matéria histórica em Raul Brandão
- Manuela De Alcântara Santos – Evocação de D. Joaquina Rosa de Araújo Martins, mãe de Francisco Martins Sarmento (1797-1862)
- Vitor Bonifácio – Ser ou não ser cientista. Amadores no século XIX
- Antero Ferreira, Célia Oliveira e Fátima Silva – Um grito de alarme. O estado sanitário de Guimarães (1918-1919)
- José António de Oliveira Rocha e Abreu – Fernão de Magalhães ao serviço de Portugal e de Castela
- Sílvia Pinto – A imprensa em Guimarães: do século XIX à atualidade
- Gonçalo Cruz e José Antunes – Trabalhos arqueológicos na Citânia de Briteiros: Campanha de 2019
A Revista de Guimarães está à venda na página da SMS, em https://msarmento.org/product/revista-de-guimaraes-ano-2019/. Para facilitar a distribuição nesta situação de crise sanitária, os portes de envio serão gratuitos para os sócios que, como habitualmente, têm um desconto de 10% sobre o preço de capa.
Nascido em Roussas, concelho de Melgaço, foi ordenado padre aos 24 anos.
O interesse pela História, especialmente pela história da religião, levou-o a frequentar a Faculdade de Letras da Universidade do Porto onde, em 1974, se licenciou. Em Coimbra, especializou-se em bibliotecário - arquivista. Doutorou-se em 1982.
Amigo de Guimarães e das suas Instituições, estava sempre disponível para colaborar nos eventos culturais da nossa cidade. Participou nos vários Congressos de História de Guimarães e deixou-nos importantes trabalhos de investigação na área da história da religião durante a época medieval.
Era sócio correspondente da Sociedade Martins Sarmento e publicou vários artigos na Revista de Guimarães, um dos quais - “O tempo religioso de Gil Vicente” - constituiu a sua participação no seminário “Quinhentos anos do teatro português” organizado em 2002 pela SMS.
Quem teve o privilégio de o conhecer e com ele privar via-o como um amigo: disponível, franco, generoso, modesto e sábio. A sua morte cria-nos o vazio da ausência, preenchida pelo valioso e imenso legado que nos deixou.