Exposição "Ao grande Poeta Guerra Junqueiro" | Patente até 16 de Abril
AO GRANDE POETA GUERRA JUNQUEIRO
12 MARÇO – COMEMORAÇÃO DO NASCIMENTO DE RAUL BRANDÃO
Na comemoração do nascimento de Raul Brandão, a Sociedade Martins Sarmento lembra a figura de Guerra Junqueiro, personalidade com quem o escritor da Casa do Alto manteve relações de amizade e de admiração literária e que neste ano passam 100 anos sobre a sua morte.
Guerra Junqueiro nasceu em 1850, em Freixo de Espada à Cinta, tendo-se formado em Direito, na Universidade de Coimbra, cidade onde conviveu com diversas personalidades da vida literária da época, algumas das quais figuras incontornáveis da história e da literatura portuguesa – “Geração de 70” –.
Junqueiro foi político, deputado, jornalista, prosador e poeta, sendo considerado pelos investigadores como um dos mais importantes escritores do Realismo português. A obra literária de Guerra Junqueiro, para além das expressões de caracter lírico, aborda assuntos de natureza social e moral e reflete as perceções e posições do escritor quanto à situação social e política da sociedade portuguesa da sua época, tendo contribuído para o ambiente revolucionário que levou à implantação da República.
Admirado por diversas personalidades, nacionais e internacionais, Guerra Junqueiro deixou uma marca indelével na cultura portuguesa, tendo influenciado várias gerações de pensadores e escritores. Raul Brandão, a quem o poeta escreveu a carta-prefácio da obra “Os pobres” (1906), dedicou-lhe o livro “A farsa” e nas suas “Memórias” lembra o homem, o poeta e o político que foi Guerra Junqueiro, considerado por alguns da sua geração, como o maior Poeta Social Português do séc. XIX:
“Tenho conhecido em toda a minha vida dois ou três santos e alguns homens superiores. Nunca vi mágico da força de Junqueiro. Homem extraordinário! engenho extraordinário! Às vezes Deus fala pela sua boca; outras – quando menos se espera – é o Diabo fosforescente e sarcástico… Sempre que o encontro fico atónito, tudo nele me deslumbra; o monólogo preparado, o dito repentino, a vida irreal que ele cria e produz ao lado da vida – e maior que a vida – a sua prodigiosa concepção do universo. Foi sempre assim – foi sempre imprevisto. Conheci-o profeta, com um fato velho, a prégar na Praça, e já o encontrei no Amieiro a discutir o talhe dum smoking. Vi-o também muitas vezes deixar um homem em evidência, para acompanhar um poeta desconhecido e pobre. Grande génio que só na política – era de prever – falhou quanto se pode falhar! (…)
O que me parece que em Guerra Junqueiro é único, é a corda satírica. É onde ele se sente maravilhosamente à vontade, onde é ele até às profundas do seu ser. Tão grande que não lhe conheço igual no mundo. Teixeira de Pascoais diz que Junqueiro é maior do que Juvenal.”
Raul Brandão, 1925.
Importante figura do pensamento e da cultura portuguesas da segunda metade do séc. XIX e início do séc. XX, Guerra Junqueiro faleceu no dia 7 de Julho de 1923. Em 1966, o escritor que em 1920 fora agraciado com o grau da Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, foi trasladado para o Panteão Nacional, espaço de memória e homenagem às mais destacadas personalidades da história e da cultura portuguesa.
A exposição Ao grande poeta Guerra Junqueiro, revisita a obra de Guerra Junqueiro e apresenta a figura do poeta pelo olhar de Raul Brandão, podendo ser visitada de Terça a Domingo, das 10h00 às 12h30 e das 14h30 às 17h30.
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