"A Descoberta" | 29 de Setembro, 21h30m | Casa de Martins Sarmento no Largo do Carmo
Estamos em 1930. João Antunes Guimarães, médico, natural de Briteiros, que era Ministro do Comércio e das Comunicações, promoveu a construção de uma estrada entre São Salvador de Briteiros e o Bom Jesus, passando pelas ruínas da Citânia.
Enquanto os trabalhadores das obras abriam a passagem da estrada através da Citânia, arqueólogos como Mário Cardozo e Ricardo Freitas Ribeiro estavam ansiosos com os vestígios da Citânia que pudessem ser destruídos durante esses trabalhos. Andavam muito por Briteiros e procuravam saber informações acerca das obras. Se, por um lado, lhes agradava que a Citânia pudesse ter um acesso por estrada, sabiam, por outro, que estas obras implicavam destruir vestígios importantes, apesar de se ter marcado a passagem da estrada por fora da zona onde se viam ruínas...
Tinham já passado muitos anos desde as escavações do sábio Francisco Martins Sarmento, falecido em 1899, que tinha descoberto a maior parte do que se conhecia da Citânia. Suspeitava-se, porém, que havia muito por descobrir, porque se sabia que a Citânia tinha sido uma cidade muito maior do que então se via.
Além disso, existiam ainda muitos enigmas por decifrar. Porque tinha sido a Citânia abandonada? Porque apareciam tão poucos vestígios de armas, numa cidade que era rodeada por muralhas e onde deviam ter existido muitos guerreiros? Porque é que a Citânia não tinha cemitério e onde é que os povos castrejos enterravam os mortos? Porque não se conhecia nenhum templo? O que era a Pedra Formosa, uma pedra enorme cheia de desenhos complicados e indecifráveis, que Sarmento tinha levado para o Museu, que se sabia ter vindo da Citânia, mas não se sabia de que ponto?... Todas estas perguntas levaram a que estes arqueólogos do século XX tenham continuado as escavações. E porque sabiam que havia muitos vestígios desconhecidos, temiam pelas obras da estrada que agora começava a serpentear pelo monte acima.
Até que, no mês de Setembro daquele ano, dá-se A Descoberta. Apareceu uma nova Pedra Formosa, durante as obras da estrada. Estava dentro de um edifício estranho, arruinado, coberto por terra pelo passar dos séculos, mas cuja planta se conseguia identificar bem. Seria uma fonte? Um templo? Talvez um monumento funerário, indagava Mário Cardozo.
O Balneário Sul da Citânia de Briteiros foi descoberto em Setembro de 1930, durante as obras de construção da estrada nacional 309, que atravessa a Citânia. O trajeto da estrada foi desviado para que os vestígios do balneário fossem escavados e conservados. As escavações foram dirigidas por Ricardo Freitas Ribeiro, Director responsável pelos monumentos arqueológicos da Sociedade Martins Sarmento.
Dentro do Balneário Sul estava uma nova Pedra Formosa, com o mesmo formato, embora um pouco mais pequena, e desenhos diferentes, da que já se conhecia, e que está hoje no Museu da Cultura Castreja. Mário Cardozo, Presidente da Sociedade, escreveu muito sobre esta descoberta, que pensava ser um monumento funerário, e sabemos hoje ter sido um balneário, possivelmente também dedicado ao culto dos deuses pelos habitantes da Citânia.
Em 1932, as obras da estrada iriam também pôr à vista os vestígios do Balneário Este, que se pensa ser o local onde estava a Pedra Formosa que se guarda no Museu.
FICHA TÉCNICA.
27, 28 de Setembro, pelas 14h30, destinados ao público escolar
29 de Setembro, pelas 21h30, Casa de Sarmento, Largo do Carmo, Guimarães ao público em geral, com entrada livre.
Encenador: Bruno Laborinho
Produção Executiva: Daniela Cardoso
Colaboração Científica: Gonçalo Cruz
Organização: Sociedade Martins Sarmento e Casa do Povo de Briteiros, em colaboração com a Câmara Municipal de Guimarães e a Casa de Sarmento - Centro de Estudos do Património.
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