26 abril, 2021
23 abril, 2021
Dia Mundial do Livro 2021 | Edição de 1521 das Ordenações Manuelinas
D. Manuel I, O Venturoso, nasceu em 1469, foi o 14.º rei português e reinou Portugal entre 1495 e 1521, sucedendo a seu primo e cunhado D. João II que morrera sem herdeiro legítimo.
Os 26 anos de reinado ficaram marcados por significativas transformações, quer no domínio interno, quer ultramarino. Ao nível da expansão ultramarina e do comércio, assistiu-se à descoberta do caminho marítimo para a Índia e à chegada à Terra de Vera Cruz, entre outros territórios; na cultura, procedeu-se à reforma dos Estudos Gerais e, na Corte, surge o pai do teatro português, Gil Vicente; na administração e na justiça, reformaram-se os antigos forais e foi realizada a compilação e revisão das leis do reino – Ordenações Manuelinas.
Inscritas na política de reformas administrativas e de sistematização legislativa do reino, as Ordenações Manuelinas, segundo os investigadores, tiveram uma primeira edição de 1512-1513 (reedição com correcções, em 1514); a segunda, posterior a 1516 e anterior a 1520 e outra em 1521 (esta, com várias edições e diferentes reimpressões, entre 1521 e 1603).
“Mandou [D. Manuel] per homẽs doctos do seu cõselho visitar, & rever hos çinquo livros das ordenações, q elRei dõ Afonso quinto, seu tio, fez reformar, sendo regẽte ho Infante dõ Pedro seu tio, por elle ser de menor idade, nas quaes mãdou deminuir, & acreçentar aquillo q pareçeo neçessario pera bõ regimẽto do regno, & ordẽ da justiça, no que se trabalhou muito, & tanto tẽpo q foi ha mór parte de todo ho q elle regnou.”
Organizado em cinco livros, divididos em títulos e estes em parágrafos, o conteúdo das Ordenações Manuelinas reflecte o trabalho empreendido na compilação, num corpo único, das leis extravagantes existentes com as Ordenações Afonsinas, procurando-se desta forma garantir um melhor acesso e entendimento das normas vigentes e um também melhor exercício da justiça.
A reunião das leis/normas, apesar de manter a estrutura das Ordenações Afonsinas, implicou também reformulações. Algumas leis foram suprimidas, por exemplo as relativas aos judeus, face à sua “conversão” ou expulsão do Reino, ou as relativas à Fazenda Real que, na edição de 1521, passaram a existir autonomamente nas Ordenações da Fazenda.
Na Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento existem alguns exemplares das Ordenações Manuelinas. Pelo Conde de Vila Pouca, Rodrigo de Sousa e Silva Alcoforado (1831-1883), foi doado à Sociedade Martins Sarmento, um exemplar da edição de 1521, tida como a mais completa e actualizada versão das Ordenações, organizadas no reinado de D. Manuel I.
As Ordenações Manuelinas são uma importante fonte documental para o estudo e compreensão da organização da sociedade portuguesa do século XVI.
Nos "Passos Perdidos" da SMS, está patente uma exposição bibliográfica e documental sobre as Ordenações Manuelinas e D. Manuel I.
No âmbito da comemoração do Dia Mundial do Livro, a Sociedade Martins Sarmento disponibiliza todas as suas edições com um desconto de 10% sobre o preço de capa. Esta campanha mantém-se até ao final do mês de Maio.
Pode consultar o catálogo em www.msarmento.org.
21 abril, 2021
Dia Mundial do Livro | 23 de Abril
Esta conferência será apresentada em formato misto: presencial, limitada à capacidade do espaço, com transmissão simultânea através do canal Youtube da SMS.
É requerido o uso obrigatório de máscara e a reserva de distanciamento.
18 abril, 2021
Rede de Museus e Monumentos do Ave no Facebook
Poderá acompanhar actualizações na página da Rede no Facebook.
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios | Castro de Sabroso: proteger a ruína, recuperar a memória
Fotografia: Paulo Pacheco (Município de Guimarães)
Como tem sido já anunciado, o Castro de Sabroso, em São Lourenço de Sande, será alvo de uma ampla intervenção de reabilitação, a ser executada pelo Município de Guimarães, no decurso da votação favorável do projeto no âmbito do Orçamento Participativo. Previamente aos trabalhos de vedação, consolidação e sinalética, a área do monumento entregue ao cuidado da Sociedade Martins Sarmento (SMS), foi, nos últimos meses, integralmente limpa da vegetação infestante. Esta campanha de limpeza, de considerável dimensão, foi executada pela Vitrus Ambiente EM SA, com o acompanhamento da SMS e do Laboratório da Paisagem, tendo sido abordadas hipóteses de trabalho para garantir o necessário controlo do crescimento da vegetação, particularmente de mimosa. Já anteriormente tinha sido limpa grande parte da área do monumento, nomeadamente entre 2015 e 2017, pela Junta de Freguesia de Sande São Lourenço e Balazar, tendo-se verificado, porém, a regeneração do coberto vegetal infestante.
Enquanto não se iniciam os trabalhos de valorização do castro, que virão possibilitar a visitação do monumento, é interdita a circulação de visitantes sem acompanhamento, não apenas para evitar o impacto sobre as estruturas arqueológicas, mas também para segurança dos próprios visitantes.
Assinalando-se, hoje, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, publicamos a informação sobre um episódio ocorrido recentemente, que mostra como é complexa a proteção do património cultural e como os atos de vandalismo e destruição incluem práticas diversas.
Ainda antes de ter início esta campanha de limpeza, os técnicos da SMS verificaram a presença, no Castro de Sabroso, de valas de saque resultantes de práticas ilegais de detetorismo. Um destes saques, ocorrido em Setembro de 2020, foi aberto no interior de uma estrutura circular, no terreno mais elevado do castro, onde o ato de vandalismo foi cometido num ponto em que o aparelho deve ter detetado uma lata, que ainda se encontrava no local. A vala foi aberta no que será uma camada de revolvimento, tendo sido deixados à vista, além da referida lata, vários materiais arqueológicos que saíram da vala. Notamos que esta casa já tinha sido escavada, no século XIX, no decurso das primeiras campanhas de Martins Sarmento.
Os materiais desenterrados, e parcialmente partidos, no decurso do saque, foram recolhidos pelos técnicos da SMS, para lavagem e identificação. São vários fragmentos de cerâmica e um fragmento talhado de quartzito. A maior parte dos fragmentos de cerâmica pertenciam a uma mesma peça. Seria um púcaro modelado a torno e fabricado através de cozedura redutora, com pasta fina, onde se identificam pequenos grãos de quartzo, e com a superfície previamente afagada. Trata-se, portanto, de uma peça de louça de mesa, que corresponde à especialização funcional das cerâmicas da última fase da Idade do Ferro (séculos II e I a. C.).
Além da fragmentação e da recolha apenas parcial desta peça, porque apenas se guardou o que foi deixado à superfície, e não se conhece o que pode ter sido levado pelo autor do saque, o seu contexto de depósito não foi corretamente registado, perdendo-se, assim, informação cronológica e funcional sobre a casa circular em questão.
Estes materiais foram guardados, integrando assim o espólio do Castro de Sabroso, à semelhança das peças recolhidas em contexto de escavação.
A utilização de detetores de metais para pesquisa de objetos e artefactos históricos é proibida em Portugal, bem como a utilização e transporte destes aparelhos, não licenciados, para efeitos de pesquisa em monumentos, de acordo com a Lei 121/99 de 20 de Agosto. Do mesmo modo, é proibida a recolha de materiais arqueológicos, mesmo estando à superfície. Todos os cidadãos devem denunciar estas situações junto das autoridades.
Proteger o património e salvaguardar a nossa herança cultural é, antes de mais, respeitar a Lei. Qualquer intervenção num sítio arqueológico, inclusive no Castro de Sabroso, que é Monumento Nacional, deve ser responsabilidade das entidades competentes, devidamente autorizadas pelas autoridades que tutelam o Património Cultural.
A SMS fará o que estiver ao seu alcance para proteger e recuperar, para a fruição pública, a relevante herança cultural que é o Castro de Sabroso.
16 abril, 2021
Inauguração da exposição "Na distância de um olhar", de Pedro Calapez
É requerido o uso obrigatório de máscara e a reserva de distanciamento.
Poderá assistir à inauguração da exposição através do canal do Youtube da Sociedade Martins Sarmento: https://youtu.be/ZpkLgOyDrqU
07 abril, 2021
04 abril, 2021
Reabertura da Citânia de Briteiros e do Museu da Cultura Castreja
Por motivo de obras ainda em curso, o Museu Arqueológico da SMS e as Galerias de Exposições, em Guimarães, continuarão fechados. A sua reabertura será oportunamente divulgada.